O assédio no trabalho pode se manifestar de diversas formas, desde comentários ofensivos ou de cunho sexual, até humilhações, ameaças e exclusão social. É fundamental que os líderes e gestores estejam atentos a qualquer sinal de comportamento inadequado em sua equipe e criem um ambiente seguro e acolhedor para que as vítimas se sintam à vontade para falar sobre o que estão passando.
Para isso, é preciso, antes de tudo, criar uma cultura de respeito e tolerância zero a qualquer forma de violência ou discriminação. Portanto, deve-se estabelecer regras claras de convivência, com diretrizes explícitas sobre o que é permitido e o que não é aceitável na sua organização.
Não permita que o assédio no ambiente de trabalho afete a sua equipe e a sua empresa. Leia agora mesmo o nosso artigo e aprenda a prevenir e combater o assédio, criando um ambiente respeitoso e saudável para todos os colaboradores.
O que é o assédio no trabalho?
O assédio no trabalho é um comportamento inadequado que pode ter diversas formas, mas que sempre envolve ações que causam constrangimento, humilhação, intimidação ou desconforto ao colaborador.
Esse tipo de comportamento pode vir de colegas de trabalho, gestores, clientes ou fornecedores e pode ter consequências devastadoras para a saúde mental e emocional do colaborador, além de gerar impactos negativos para a empresa, como a queda na produtividade, aumento do absenteísmo e desgaste da imagem da organização.
De acordo com uma pesquisa realizada pela VAGAS Profissões, 52% dos profissionais já sofreram algum tipo de assédio no ambiente corporativo. Outro estudo, que foi realizado pelo Instituto Patrícia Galvão, revelou que 76% das mulheres já foram vítimas de abuso no ambiente de trabalho, o que mostra, também, a grande incidência de violência de gênero.
Entre as formas mais comuns de assédio no trabalho estão o assédio moral, que envolve a exposição a situações humilhantes, constrangedoras ou vexatórias; o assédio sexual, que envolve a manifestação de comportamentos ou comentários de natureza sexual. Falaremos mais sobre cada um deles no decorrer do artigo.
É importante destacar que o assédio no trabalho não deve ser tolerado em nenhuma circunstância. Todas as formas de abuso, independentemente de quem seja o autor ou a vítima, devem ser denunciadas e tratadas com seriedade pela empresa.
Portanto, é essencial que a organização tenha políticas e procedimentos claros para prevenir e combater o todo e qualquer tipo de assédio, além de canais de denúncia seguros e efetivos para as vítimas.
Tipos de assédio no ambiente corporativo
O assédio no ambiente corporativo pode assumir diversas formas e é importante que a empresa esteja preparada para lidar com cada uma delas.
Por isso, você deve entender quais são os tipos de assédio e como eles podem se manifestar na sua empresa. Continue acompanhando o artigo para não perder nenhuma informação.
Assédio moral
O assédio moral no ambiente corporativo é caracterizado por condutas abusivas, humilhantes ou constrangedoras, que têm como objetivo diminuir ou desqualificar um colaborador perante os demais colegas de trabalho.
Esse tipo de comportamento pode ser praticado por qualquer pessoa dentro da empresa, desde colegas de trabalho até gestores e superiores hierárquicos.
O assédio moral pode se manifestar de diversas formas, como:
- críticas excessivas;
- ironias;
- piadas de mau gosto;
- humilhações públicas;
- isolamento;
- imposição de tarefas inadequadas ou desproporcionais.
Esse tipo de comportamento pode afetar profundamente a autoestima e a saúde mental do colaborador, prejudicando sua qualidade de vida no trabalho e sua produtividade.
É importante destacar que o assédio moral no ambiente corporativo é considerado uma forma de violência psicológica e deve ser tratado com seriedade pelas empresas e pelos colaboradores.
As vítimas de assédio moral devem ser encorajadas a denunciar o comportamento abusivo, seja à empresa ou às autoridades competentes e devem receber apoio emocional e psicológico para superar as consequências do assédio.
Assédio sexual
O assédio sexual no ambiente corporativo é caracterizado por condutas de natureza sexual indesejadas, que ocorrem no contexto do trabalho ou em situações relacionadas a ele, e que afetam a dignidade, a liberdade e a intimidade da pessoa que as sofre.
Segundo um estudo do LinkedIn em parceria com a consultoria Think Eva, 47% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho. A pesquisa apontou que há um perfil comum entre as mulheres assediadas, sendo que a maioria é formada por mulheres negras, correspondendo a 52% dos casos, com renda mensal entre dois e seis salários mínimos, o que corresponde a 49% dos casos. No que diz respeito aos cargos ocupados por essas mulheres, a maioria delas está em posições hierárquicas menores, como assistente, que corresponde a 32,5% dos casos, seguido por pleno ou sênior, que equivale a 18,6%, estagiárias, que representam 18,1%, e júnior, com 13,4%. Apesar disso, o número de relatos de assédio entre mulheres em cargos de liderança também é alto, com 60% das gerentes e 55% das diretoras relatando terem sofrido assédio sexual.
Alguns exemplos de comportamentos que podem configurar assédio sexual no ambiente corporativo incluem:
- comentários sexuais inapropriados sobre a aparência ou o comportamento de um colega de trabalho;
- convites insistentes para encontros amorosos ou relações sexuais, mesmo após a pessoa ter deixado claro que não está interessada;
- toques, abraços ou beijos não consentidos;
- propostas de favorecimento profissional em troca de favores sexuais.
É fundamental ressaltar que o assédio sexual no ambiente de trabalho é caracterizado como um crime. Portanto, é essencial que as empresas e os colaboradores levem a sério essa situação. As pessoas vítimas desse tipo de assédio devem ser estimuladas a denunciar o comportamento tanto para a empresa quanto para as autoridades competentes.
Além disso, é fundamental que elas recebam suporte emocional e psicológico para lidar com as consequências do assédio.
O que a empresa pode fazer para evitar situações de assédio?
O assédio no ambiente de trabalho é um problema grave que deve ser duramente combatido nas organizações. A principal forma de lutar contra o assédio é por meio da prevenção.
Uma das principais medidas que a empresa pode tomar para prevenir qualquer tipo de abuso é promover a cultura do respeito e da tolerância na organização. Podem ser feitos treinamentos, palestras e campanhas de conscientização sobre o assédio e seus impactos, além de incentivar a comunicação aberta entre os colaboradores para que possam se expressar sem medo de retaliação.
É fundamental que a organização tenha uma política clara e rigorosa de combate ao assédio, com medidas disciplinares para quem cometer esse tipo de mau comportamento. A política deve incluir definições claras sobre o que é considerado assédio, como os colaboradores podem denunciar e quais são as consequências para quem assedia as pessoas ao seu entorno. Essas regras devem ser amplamente divulgadas para todos os colaboradores, incluindo os contratados e terceirizados.
Além disso, a empresa deve garantir que as vítimas de assédio tenham um canal seguro e confidencial para denunciar todos os comportamentos abusivos. A denúncia deve ser tratada com seriedade e confidencialidade e a empresa deve tomar as medidas necessárias para investigar a situação e evitar que o assédio ocorra novamente.
A empresa também pode implementar medidas de proteção para as vítimas, como mudança de setor ou de horário de trabalho, se necessário.
Aconteceu uma situação de assédio na minha empresa. E agora?
Mesmo que todas as medidas de prevenção sejam tomadas, situações de assédio podem ocorrer em qualquer empresa. É importante que todo o time da organização esteja pronto para agir rapidamente e de forma justa caso uma denúncia ocorra.
Todas as pessoas devem estar cientes de que a vítima é um ser humano e deve ser tratada com gentileza e ter todo o apoio para lidar com as consequências emocionais do assédio.
Portanto, é crucial que se tenha um plano claro de ação para lidar com essas situações delicadas e é sobre isso que falaremos a seguir.
Veja abaixo como agir caso ocorra quaisquer dos tipos de assédio na sua empresa.
Identifique a situação de assédio
É importante estar ciente do que constitui assédio e reconhecer quando ele está ocorrendo. A empresa deve ter políticas claras e treinamentos para que todos os colaboradores possam identificar e reportar situações de assédio com segurança e discrição.
Encoraje as denúncias
As vítimas devem se sentir seguras para reportar o comportamento abusivo sem medo de retaliações, julgamentos ou consequências negativas.
O ideal é que a empresa tenha um canal de denúncias efetivo e confidencial, além de contar com uma cultura de respeito e tolerância zero ao assédio, independentemente do nível hierárquico que ele foi originado.
Investigue e tome medidas efetivas
A empresa deve investigar de forma imparcial as denúncias de assédio e tomar medidas adequadas em caso de comprovação do comportamento abusivo.
As medidas de punição podem vir por meio de advertências, suspensões, demissões ou até mesmo medidas legais.
Ofereça suporte às vítimas
As pessoas que foram vítimas de assédio devem receber apoio emocional e psicológico para lidar com as consequências do comportamento abusivo. A empresa pode oferecer acompanhamento médico, psicológico e jurídico para ajudar as vítimas a superarem o trauma.
Previna futuras situações de assédio
Tão importante quanto punir os assédios, é prevenir futuras situações aconteçam. Como dito anteriormente, deve ser criada uma cultura de respeito e tolerância zero ao comportamento abusivo.
A empresa pode incluir em sua rotina treinamentos, campanhas de conscientização e políticas claras para evitar que o abuso ocorra novamente.
Como a nova CIPA atua na prevenção e no combate ao assédio?
A nova CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) foi instituída pela lei 14.457/22. A nova legislação entrou em vigor em setembro de 2022, e as empresas tiveram 180 dias para se adaptarem às medidas, ou seja, até março de 2023.
A CIPA passou a se chamar Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio, e passou a incluir novas orientações que devem ser seguidas pelas empresas.
Entre as novas funções da CIPA estão a fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias de assédio, além da criação de meios para a apuração dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e violência.
Além disso, a nova legislação prevê a inclusão das normas internas da empresa de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência. Também será obrigatório que a organização ofereça treinamentos com conteúdo que ajude a prevenir e combater o assédio sexual e outras formas de violência no trabalho.
Se o seu negócio não se adequar às normas da CIPA, ele será penalizado com multas que variam de acordo com o número de funcionários, o índice da infração e a norma regulamentadora não cumprida.
Não ter uma política interna clara de prevenção ao assédio pode acarretar em consequências negativas tanto para a empresa quanto para os colaboradores, como maior risco de incidentes, exposição a processos trabalhistas e alta rotatividade de funcionários.
Conclusão
A prevenção e o combate ao assédio corporativo são fundamentais para promover um ambiente de trabalho saudável e seguro para todas as pessoas. É papel da empresa adotar medidas preventivas, como a criação de políticas claras de prevenção ao assédio e a promoção de um ambiente de trabalho respeitoso e inclusivo.
Além disso, é importante que as organizações criem canais de denúncia seguros e confidenciais para que as vítimas de assédio possam denunciar os comportamentos abusivos sem medo de retaliação. Deve-se, ainda, investigar todas as denúncias de assédio e tomar medidas efetivas para garantir que o comportamento não seja tolerado.
Por fim, é essencial que todos os colaboradores estejam cientes do que é o assédio, para que saibam como agir caso presenciem uma situação ou se tornem vítimas dele. A conscientização e a educação são ferramentas importantes de empoderamento do trabalhador.
Juntos, empresa e colaboradores podem trabalhar para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos.
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